quinta-feira, 14 de abril de 2011

A Noite II

Longe, a Noite desfilou nos empedrados
envolta num manto fantástico roubado à Tarde.
Ainda trazia colados nos ombros restos dourados
de Sol em despedida e, no bolso, pedaços
reluzentes da estrela da manhã.
Entrou em rodopio nos seres e levou-os para dentro dela
para encontrar os olhos na cobra da dança, no ventre, na fonte.
Para beber as mãos pelo corpo do outro corpo,
olhos fechados colados nas ancas de África e,
nesta claridade, dizer do íntimo ontem e das marcas.

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