segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Nagiko II

o campo é verde tela, a pálida Sei Shönagon relê passagens do seu livro de cabeceira, escolhe corpos para escrever caligrafias de desejo da literatura e do amor que irão pontuar a paisagem ou,
quando acordo, o mar de sémen maresia salgada empurra-nos para praias de pele e gosto e cheiro o teu cheiro cavalgando rins que dançam e sorrimos ou,
em silêncio cortamos o tempo como um baralho de cartas e fazemos naipes de suor ao perde ganha até que amanheça em Nova Deli e as cidades do Ocidente não cheguem a acordar ou,
em plágio escandaloso desta fita que te conto, caligrafamos o desejo e os olhos encurtam a distância que nos une e quando chegamos às gares trocamos sinais em abraços pungentes e o transe de te dar a mão é texto que não está escrito ou,
encontro as sílabas de saudades quando te percorro no teu labirinto para logo as perder no planalto das coxas onde me sento para beber e é infindável este caminhar que me não cansa ou...

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