sexta-feira, 25 de março de 2011

Saharanila


13
Visitar teu corpo. Seguir os caminhos da tinta no desenho interior. Tocar o limbo da folha na humidade rosada. Dentro do rio, sorrir ou explorar pela primeira vez e lentamente uma gruta desconhecida, pousar os olhos nas inscrições rupestres enquanto as mão sem cordas, seguram o esperma e percorrem lentamente o planalto dos rins e as próximas elevações que escondem os seios. Deixar-se ir pelos rios subterrâneos ao encontro dos pensamentos albinos e, nos teus olhos, só ver branco imenso e extasiado quando o nosso olhar se encontra numa conversa sonora. Dos orgasmos, ficam marcas imperceptíveis que descansam no interior das células e a tarde vai célere ao encontro do quotidiano.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Casa maior

12
À deriva entre o luar e a madrugada localizo-vos pelo cheiro, sem saber do início do corpo que escorrega nas veredas da pele. Corpos-açafrão que exploram a geografia para se perderem nos mapas, barreiras codificadas que enxugam os rios na língua. Entro na porta escancarada dos dedos que exploram Vénus e me conduzem, por labirintos de saliva, à casa maior onde moram as mulheres desavindas. Deixo que me conduzas e atrás de ti confabulo a coreografia do corpo na música de cassetes antigas e dançamos.